Pesquisa Deic sobre insuficiência cardíaca aguda repercute no Brasil inteiro
O trabalho é um registro brasileiro de ICA elaborado e conduzido pelo Deic.
O estudo indica que as taxas de mortalidade hospitalar são muito maiores do
que as das estatísticas oficiais
Foi amplamente divulgado no Brasil inteiro e
inclusive pela imprensa leiga o resultado da
pesquisa desenvolvida pelo Departamento
de Insuficiência Cardíaca (Deic), da SBC.
O estudo indica mortalidade hospitalar
superior a 12%, é o dobro da registrada na
Europa e o triplo da dos Estados Unidos.
O trabalho do Departamento dirigido por
Dirceu Rodrigues Almeida indicou ainda
um alarmante índice de reinternações
e comprovou que faltam aos pacientes
informações sobre a doença.
O resultado é muito importante, porque
baseado no acompanhamento de um amplo
universo, 1.263 pacientes de 57 centros de
saúde das redes públicas e privada, 12,6%
dos quais morreram nos hospitais. O índice
conflita com os levantamentos do SUS e
Ministério da Saúde, segundo os quais
a mortalidade seria de apenas 6% dos
pacientes internados.
Fortes indícios
Coordenado por Denilson Albuquerque,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
a pesquisa Brazilian Registry of Acute Hearth
Faillure – Breath representa subsídio vital para
a política de saúde pública. Ela indica tanto
que pode estar havendo falha no diagnóstico,
eventual confusão com pneumonia ou edema
pulmonar, e ainda que ocorrera em serviços
onde não há cardiologista de plantão.
Para o presidente do Deic, o alto índice de
reinternações, que chega a 46% em seis meses,
decorre principalmente da falta de adesão
ao tratamento. O trabalho mostrou que 30%
dos pacientes não tomaram corretamente a
medicação. Melhor informação sobre a doença,
sua evolução e efeitos, certamente aumentariam
o nível da adesão, acreditam os pesquisadores.
Eles se preocupam com o futuro próximo,
quando o envelhecimento da população e
o aumento da obesidade levarão a maior
ocorrência de insuficiência cardíaca.
Fonte: Jornal SBC 155 · Junho · 2015