Programa de Boas Práticas Clínicas em Cardiologia foi lançado em São Paulo com participação da American Heart Association
Com a presença dos investigadores das seis Universidades que
participarão do programa, foi realizado no auditório do Hospital
do Coração, de São Paulo, o lançamento do programa Boas Práticas
Clínicas em Cardiologia, que envolve a Sociedade Brasileira de
Cardiologia, a American Heart Association, o PROADI-SUS, do
Ministério da Saúde, e o HCor.
O objetivo da primeira fase do programa, que vai funcionar como
projeto-piloto, é avaliar e posteriormente incrementar as taxas
de adesão às diretrizes assistenciais da SBC nas áreas de
insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e síndrome coronariana
aguda, já que as doenças cardiovasculares são a primeira causa
de morte no Brasil, em torno de 350 mil óbitos anuais, explica o
presidente da entidade, Angelo de Paola.
Ele acrescenta que o projeto se baseia no GWTG norte-americano,
abreviatura de “Get With The Guidelines”, devidamente adaptado
para as condições brasileiras e demandou um ano de trabalho,
para a adaptação, a busca de financiamento e para conseguir o
envolvimento do gestor público, o Ministério da Saúde. A
fundamentação do trabalho é a subutilização dos recursos
efetivos no atendimento aos pacientes, estimado entre 30% e 40%
dos pacientes, enquanto 20% dos cuidados prestados são
desnecessários e, eventualmente, até prejudiciais.
Se for possível fazer com que os hospitais que atendem a
pacientes com cardiopatias sigam corretamente as orientações das
Diretrizes da SBC, o número de óbitos por eventos cardíacos será
sensivelmente reduzido, acreditam os médicos brasileiros e
norte-americanos envolvidos no projeto, e para isso os
investigadores avaliarão a situação antes e depois da
implementação do programa em hospitais pré-selecionados do SUS.
Universidades participantes
Na primeira fase do projeto, agora iniciada, participam seis
centros de pesquisa de grandes hospitais brasileiros, a
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, na reunião representada
pela equipe de Denilson Albuquerque; o Hospital do Coração de
Messejana, de Fortaleza, tendo à frente da equipe João David; o
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com Luis Rohde; o PROCAPE
– Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco, cuja equipe no
projeto fica subordinada a Sérgio Montenegro; a Universidade
Federal de Minas Gerais, pela qual responde no projeto Antonio
Pinho; e a Escola Paulista de Medicina, representada pelo
presidente da SBC e professor da Unifesp, Angelo de Paola.
O projeto vai enfocar a adesão às diretrizes assistenciais em
três áreas, Insuficiência Cardíaca, Fibrilação Atrial e Síndrome
Coronariana Aguda e a expectativa é que melhore a taxa de adesão
dos hospitais às Diretrizes da SBC em pelo menos 10%, e Angelo
de Paola lembra que o sucesso do projeto ora iniciado permitirá
sua ampliação para outros Estados e áreas do país, com o que os
benefícios esperados poderão atingir a uma população muito maior
que a agora envolvida.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia