Nova diretoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia toma posse no auditório da Academia Nacional de Medicina
Novo presidente, Marcus Bolivar Malachias, se disse determinado a enfrentar o desafio de reduzir os óbitos por afecções cardiovasculares
O imponente auditório da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, foi o palco para a posse da nova Diretoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia, presidida por Marcus Vinicius Bolívar Malachias, na manhã de 17 de dezembro.
No auditório que ficou lotado por ex-presidentes da SBC, pelos presidentes das sociedades Regionais, Estaduais, dos Departamentos científicos e por autoridades. Entre as quais se destacava o presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino de Araújo Cardoso Filho e o superintendente da fundação mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, onde atua o novo presidente.
Marcus Bolivar Malachias disse do desafio que sua gestão está disposta a assumir para reduzir os 350 mil óbitos por causas cardiovasculares que são registrados a cada ano no Brasil. Ele propôs uma reorganização da Saúde baseada no tripé ensino-pesquisa-assistência e destacou que, para as missões que começa a cumprir não fez concessões, ao reunir uma plêiade de especialistas, escolhidos dentre os mais destacados de cada área da Cardiologia, para integrar o grupo de colaboradores diretos.
Movidos pelo coração
O novo presidente começou afirmando que “somos movidos pelo coração”, símbolo da vida e do maior e mais importante de todos os sentimentos, o amor”. Destacou a representatividade da SBC, que reúne 14 mil especialistas e disse de sua preocupação com o fato de que atualmente as afecções cardiovasculares matam 350 mil brasileiros a cada ano, duas vezes mais que o câncer, 2,5 vezes mais que os óbitos por acidente e violência e 6 vezes mais que as mortes por infecções, incluída a AIDS.
Para enfrentar o dificílimo desafio de mudar esse quadro, Malachias conta com a qualificação, o conhecimento, ética e integridade como balizadores da assistência à saúde. Ele criticou a importação de “profissionais com formação duvidosa em saúde” que atuam sem comprovação de seus conhecimentos, como também a fracassada tentativa de interferência pública na concessão do título de especialidades médicas. Nesse aspecto, o novo presidente teve todo o apoio de outro orador, o presidente da AMB, que respaldou suas palavras e relatou como a união e a pressão dos 410 mil médicos brasileiros obrigou o governo a voltar atrás na medida que fatalmente nivelaria por baixo a Medicina no país.
Carreira e valorização
Marcus Bolivar Malachias defendeu “a efetiva integração de universidades, empresas, hospitais, serviços públicos e privados”, a criação da carreira de médico por meio de concurso público, que há de valorizar o profissional e servir como estímulo à distribuição de médicos por todo o território nacional.
Reiterando tema presente em seus pronunciamentos, o presidente disse ser preciso “prevenir a doença e restituir a saúde ao cidadão”, o que não é possível quando a cada três receitas emitidas, uma delas não é sequer aviada pelo paciente. Enquanto se a prescrição inclui mais de três medicamentos, menos de 50% serão tomados. O resultado, afirmou, é que a taxa de controle de fatores de risco é inferior a 10%, o que faz com que cerca de 80% da população afetada esteja em risco de infartos, derrames e outras doenças, cenário que só mudará com a participação de todos os atores da área da Saúde.
A força do coração
Depois de falar de suas ambiciosas propostas na área da comunicação, que inclui a campanha ‘Movidos pelo Coração’ e a criação da Ouvidoria Geral, lembrou que os novos diretores estão trabalhando há mais de um ano. No próprio dia de sua posse foi inaugurado o Cardiômetro, ferramenta com que levará a conscientização sobre o risco e gravidade das doenças cardiocirculatórias à sociedade leiga. O totem indica a cada momento o total de óbitos, grande parte dos quais evitáveis, para o que é preciso introjetar na sociedade que “a saúde é também um dever de cada cidadão”.
Para os sócios, promoverá, entre muitos projetos de valorização, ações de defesa profissional, rediscussão de honorários e condições de trabalho junto ao setor publico e saúde suplementar. Além disso, implantará programa de incentivo, benefícios e desoneração, por meio de créditos a serem acumulados com a adimplência e participação nos congressos, e atenção especial será dada ao jovem cardiologista ou aspirante, que poderá ingressar na SBC com custo mínimo.
O orador terminou seu discurso com a divulgação do slogan da gestão, que será ‘A Força do Coração, o agradecimento ao apoio da sua esposa Melissa e do filho Artur, presentes. Marcus Bolivar Malachias disse de sua expectativa de que “tenhamos menos desencanto e mais esperança, menos palavras e mais ações”.
Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC