NOTA DE FALECIMENTO
Faleceu na última sexta-feira, dia 27, no Incor, aos 75 anos, o
jornalista, radialista e produtor musical Walter Silva, que ficou
nacionalmente conhecido como o “Picapau”. Era pai do Diretor de
Departamentos Especializados da SBC, Carlos Eduardo Suaide Silva.
O corpo do radialista foi velado na Câmara Municipal de São Paulo, de
onde saiu o féretro para o Cemitério de Santo Amaro.
Walter Silva deixa os filhos Celina Perez da Silva e Walter Silva Jr.,
fruto do primeiro casamento e o cardiologista Carlos Eduardo Suaide
Silva e Rodrigo Suaide Silva, do segundo casamento.
Walter Silva começou sua carreira profissional em 1952, como locutor
comercial da Rádio Piratininga e, em 1957, tornou-se diretor de
Divulgação da RGE, em São Paulo, mesmo ano do lançamento do seu primeiro
programa “Toca do Disco”, da Rádio Record.
O programa “O Pick-up do Picapau”, que o fez famoso, foi lançado em
1958, na Rádio Bandeirantes, tornando-se rapidamente o programa
radiofônico brasileiro com maior audiência e, dois anos depois, Walter
Silva conquistou o prêmio de melhor repórter esportivo da TV Tupi.
Em 1962, o radialista cobriu, com exclusividade para a Band, o histórico
“Festival da Bossa Nova, no “Carnegie Hall”, em Nova York e mais tarde
foi contemplado com o “Troféu Roquette Pinto”, na categoria de “Melhor
Disc Jockey”.
Produtor musical, trabalhou na produção do primeiro disco (um compacto
simples) de Chico Buarque, foi o “descobridor” de Elis Regina e influiu
decisivamente no lançamento da carreira de Maysa, Jair e Jongo Trio. Foi
de Walter Silva também o laurel de produzir o primeiro disco nacional a
vender um milhão de cópias, o LP “Dois na Bossa”, e foi ele o produtor
do espetáculo que lançou Milton Nascimento.
Na incrível carreira de sucesso que foi toda sua vida, Walter Silva
produziu em 1966 o espetáculo “Paulistas e Cariocas”, no teatro “Maria
Della Costa”, com ‘Os Cariocas’, ‘Ivete’ e ‘Gilberto Gil’ o qual, por
suas mãos, pisou pela primeira vez num palco.
Participante da vida sindical, teve atuação marcante como diretor do
Sindicato dos Jornalistas, quando do assassinato de Wladimir Herzog pela
ditadura militar, colaborando decisivamente pela volta da Democracia.
Como diretor artístico da ‘Gravadora Continental’, a partir de 1970,
lançou Célia, Pessoal do Ceará, Walter Franco e Secos e Molhados, antes
de assumir a direção do “Fantástico”, da Rede Globo, em 1975. Foi também
diretor do programa de Hebe Camargo, na TV Bandeirantes.
Profissional eclético, Walter Silva foi também narrador de futebol e
nessa condição tornou-se o primeiro profissional da América Latina a
narrar um jogo de futebol americano.
Seu último programa foi “Acervo Walter Silva”, na Rádio Cultura, da qual
foi demitido há pouco mais de dois meses, o que resultou numa depressão
que, segundo seus familiares, apressou seu fim.
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Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC
Jornalista Responsável: Luiz Roberto de Souza Queiroz |