LEI ANTIFUMO DE SÃO PAULO REPRESENTA VITÓRIA DA SBC
A “Lei Antifumo” aprovada em abril pela Assembléia Legislativa de São
Paulo e recém-sancionada pelo governador José Serra é, em parte,
resultado da campanha da Sociedade Brasileira de Cardiologia que,
juntamente com outras sociedades médicas, luta há vários anos para
coibir o uso do tabaco e ajudar os fumantes a deixarem a dependência.
Devido à forte atuação da SBC, a entidade foi convidada a assumir a
vice-presidência do CEPALT (Comitê Estadual para Ambiente Livre do
Tabaco), órgão ligado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que
atua pela implementação de políticas públicas de saúde relativas ao
tabagismo, fumo passivo e questões relativas ao cumprimento da Lei
Mundial de Controle do Tabaco, ratificada no Brasil há alguns anos. A
afirmação é do presidente da SBC, Antonio Carlos Palandri Chagas, que
recorda o fato de que há mais de dez anos a entidade que preside tem um
dia temático de combate ao fumo.
“Ainda recentemente o Funcor, segmento da SBC que coordena as campanhas
públicas, promoveu eventos em vários Estados, para conscientizar a
população dos males causados pelo cigarro”, afirma Chagas.
A afirmação é corroborada pelo diretor do Funcor, cardiologista Rui
Fernando Ramos, que afirma ser o fumo um dos principais fatores de risco
cardíaco. Quanto mais cedo o paciente abandonar o fumo, melhores são as
chances de não adoecer, pois se parar de fumar de hoje, uma pessoa
demora cinco anos para ter uma redução de 50% na possibilidade de ter um
infarto do miocárdio”. Segundo o especialista, após 10 anos de
abstinência de tabaco, o ex-fumante iguala-se ao que nunca fumou em
relação aos riscos de adoecimento cardíaco.
O médico afirma que o cigarro afeta o sistema cardiovascular de várias
maneiras: aumenta a aterosclerose, isto é, o endurecimento das artérias
e facilita o depósito de placas de gordura, provoca a diminuição do
calibre das coronárias, que são as artérias que alimentam de sangue o
músculo cardíaco e diminui o HDL, conhecido como “colesterol bom”.
Esses efeitos nefastos não se limitam ao fumante, mas afetam também às
pessoas em cuja presença são consumidos cigarros, entre as quais as
crianças, que são os fumantes passivos.
A preocupação da SBC com os efeitos do tabaco levaram a entidade a atuar
fortemente junto às autoridades, tanto que um dos integrantes do Comitê
Anti-Tabaco, o cardiologista Aristóteles Alencar, de Manaus, chegou a
falar perante o Congresso Nacional, defendendo a oposição total dos
médicos ao cigarro; outra médica, Jaqueline Issa, autora de uma obra de
referência sobre o cigarro e a saúde, falou para convencer os deputados
paulistas a aprovarem a lei agora sancionada e o próprio Rui Ramos
participou de inúmeros debates com a população, juntamente com outro
integrante do Comitê, a psicóloga Silvia Cury, representante da SBC no
CEPALT, para alertar contra os riscos de fumar.
Rui Ramos considera tão importante como a proibição, que bane o uso de
cigarro e derivados de tabaco em ambientes de uso coletivo, o
dispositivo da lei que determina ao Estado disponibilizar medicamentos e
assistência médica aos fumantes que desejam largar o cigarro.
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Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC
Jornalista Responsável: Luiz Roberto de Souza Queiroz |