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Comissão do Sal discute quarta-feira em Brasília excesso em alimentos infantis

A comissão interinstitucional, verdadeira “força-tarefa” que busca a limitação da quantidade de sal nos alimentos industrializados, se reúne nesta quarta-feira, dia 8, em Brasília, para debater o excesso de sódio nos alimentos industrializados, inclusive nos alimentos infantis, pois até mesmo os purês e papinhas podem conter alto teor de sódio, mais dos que os 400mg por 100g ou 100 mL de alimento.

A reunião começa às 8 horas, no Kubitschek Plaza, e participam a Coordenação Geral de Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, a ANVISA, o Ministério da Agricultura, a Organização Panamericana de Saúde, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a Sociedade de Hipertensão a Sociedade de Nefrologia e foi também convidada a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos.

“A preocupação imediata é com a liminar que suspendeu a RDC 24, isto é, a Resolução da Diretoria Colegiada, que regula a propaganda e publicidade de alimentos com elevados teores de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans e de sal, que deveria entrar em vigor no dia 29 de dezembro”. A informação é do cardiologista Carlos Alberto Machado, coordenador das Ações Sociais da SBC, que participa do evento.

Para o médico, a decisão judicial que permite a continuidade da propaganda de produtos que podem prejudicar as crianças e toda a população brasileira, é um problema extremamente sério, pois na esteira dos países desenvolvidos, o Brasil já tem quase 8% da população entre 3 e 18 anos de idade com hipertensão arterial, que começa a afetar as artérias e leva, a longo prazo, a insuficiência renal terminal (que necessita de diálise ou transplante) ao infarto e ao AVC. Ele afirma que se medidas preventivas não forem tomadas a curtíssimo prazo, a geração atualmente jovem e até infantil passará a sofrer problemas cardíacos muito mais cedo do que a população que hoje está na faixa dos 40 aos 60 anos. “Teremos uma piora nos indicadores de doenças cardiovasculares e isso terá um custo social e também financeiro imenso, para o Brasil”.

Carlos Alberto externa a esperança de que desta vez os representantes da indústria de alimentos se sentem à mesa juntamente com os médicos e autoridades sanitárias, ao contrário do que tem acontecido ultimamente, inclusive no recente Congresso do Departamento de Hipertensão da SBC, quando a indústria, mesmo convidada, deixou de enviar representante para a mesa-redonda que discutiu o assunto. “Na omissão da indústria, nosso alerta é para que os pediatras passem a medir obrigatoriamente a pressão da clientela infantil, para que a hipertensão seja diagnosticada e tratada precocemente”, afirma o médico.


Fonte: Assessoria de Imprensa
Jornalista Responsável: Luiz Roberto Queiroz
 

Home | Fale com o Cardiol.br | Adicionar aos favoritos Última atualização: 29/11/2024