SBC APOIA RESOLUÇÃO DA ANVISA SOBRE SAL, AÇÚCAR E GORDURAS TRANS
A Sociedade
Brasileira de Cardiologia divulgou seu apoio à resolução da
ANVISA, que torna obrigatória na propaganda de alimentos
industrializados com alto teor de gordura – saturada ou trans -,
com grande quantidade de sal ou de açúcar, inclusive nas bebidas
com baixo valor nutritivo, a advertência sobre os males à saúde
que podem provocar quando consumidos em excesso.
A resolução, que já provocou reações negativas dos
representantes e porta-vozes da indústria, foi adotada como
estratégia para enfrentar o aumento da obesidade no País e entra
em vigor em seis meses, segundo a gerente-geral de monitoramento
e fiscalização da ANVISA, Maria José Delgado Fagundes.
Na carta aberta assinada pelo presidente Jorge Ilha Guimarães, a
SBC, que por vezes tem discordado de decisões da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, ressalta que neste caso apoia
a Resolução, “que poderá ter impacto positivo na redução da
mortalidade cardiovascular no País”.
Abaixo, a íntegra da carta dirigida aos 12.000 cardiologistas
associados à entidade:
“Prezados
colegas,
Nesta semana, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) publicou resolução que obriga qualquer propaganda de
alimentos a alertar o consumidor sobre os riscos de substâncias
como açúcar, sódio, gorduras trans e saturadas. Em seis meses,
toda publicidade de alimentos que contenham grande quantidade
dessas substâncias terá de conter avisos sobre os prejuízos à
saúde, como especificar que tal alimento contém muito sódio e,
portanto, aumenta o risco de pressão alta e doenças do coração,
ou que tal alimento contém gorduras trans e saturadas que
aumentam o risco de infarto do miocárdio.
Várias entidades ligadas à indústria alimentícia, além da Abert
(Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão)
manifestaram-se contra a regulamentação da ANVISA, inclusive
alegando que a resolução é inconstitucional.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia nem sempre tem concordado
com as resoluções da ANVISA, mas, neste caso, está totalmente de
acordo com a proposta e se coloca à disposição para mostrar os
malefícios destas substâncias à saúde humana.
Nosso país não tem um bom modelo de prevenção das moléstias
cardiovasculares. Estas doenças crescem no mundo todo e,
principalmente, nos países em desenvolvimento e na América do
Sul. Muito pouco tem sido feito para mudarmos esta dramática
situação.
A medida anunciada poderá ter impacto positivo na redução da
mortalidade cardiovascular. Temos um ‘case’ de sucesso com o
fumo e a divulgação de seus malefícios, que ajudou a reduzir
sensivelmente o tabagismo. Está na hora de avançarmos na
divulgação dos efeitos negativos de outros produtos.
Parabéns à ANVISA e conte conosco nesta nova árdua tarefa.
Sempre estaremos ao lado da possibilidade de contribuir para a
prevenção de doenças cardiovasculares.
Jorge Ilha Guimarães
Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Fonte: Assessoria de Imprensa
Jornalista Responsável: Luiz Roberto Queiroz |