Médicos preparam Diretriz conjunta
das duas doenças que mais matam
Uma Diretriz médica conjunta sobre
câncer e doenças cardiovasculares, as duas doenças que lideram o
índice de mortalidade no Brasil, será lançada neste domingo, dia
24, as 8:00 no Instituto do Coração, com a presença do ministro
José Gomes Temporão, da Saúde.
Jadelson Andrade, que coordena as Diretrizes pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia, explica que o documento está sendo
preparado porque não existia no mundo uma Diretriz para orientar
os médicos sobre a melhor forma de prevenir, diagnosticar
precocemente e tratar as complicações cardiovasculares dos
pacientes em tratamento de câncer.
“O problema é que a quimioterapia usada no tratamento do câncer
pode afetar o sistema cardiovascular”, explica Jadelson, “e as
miocardiopatias quando ocorrem decorrentes deste tratamento
levam à Insuficiência Cardíaca, Arritmias complexas e graves e
ao agravamento da isquemia miocardica que leva ao Infarto
Agudo”. Ele acrescenta que os quimioterápicos modernos
melhoraram em muito o tratamento do Câncer. “As taxas de cura
hoje são elevadas, o que não ocorria no passado”. E por isso é
necessário identificar as complicações cardiovasculares tardias
do tratamento. Lembrando que a quimioterapia pode também levar
ao agravamento de doenças do coração pré-existentes e que se
mantinham estáveis e, como por vezes são letais, o doente corre
o risco de, apesar de controlar o câncer, vir a falecer por um
problema cardíaco decorrente do tratamento do tumor.
Diante do problema e para preencher esta lacuna de informação
científica clara e acessível, diz ele, a Sociedade Brasileira de
Cardiologia, através do Grupo de Estudos em Insuficiência
Cardíaca (GEIC), a Sociedade Brasileira de Oncologia e o
Instituto do Câncer de São Paulo reuniu especialistas em
cardiologia e oncologia que atuam nesta área para formar o corpo
editorial, sob a Coordenação dos Drs. Roberto Kalil, Fernando
Bacal e Paulo Hoff e elaborar a I Diretriz de Cardio-Oncologia.
Os editores reuniram as mais importantes evidências científicas
sobre o assunto para elaboração deste documento que será de
significativa importância tanto para os médicos oncologistas
como para os médicos cardiologistas poderem uniformizar as
condutas frente aos efeitos cardiovasculares dos pacientes com
câncer submetidos a tratamento quimioterápico.
“A Diretriz se baseia nas mais consistentes evidências
científicas sobre o tema”, explica Jadelson e, pela sua
importância, os especialistas brasileiros iniciaram contactos
com o grupo do Hospital norte-americano MD Anderson, de Houston,
no Texas, pois o chefe do serviço de miocardiopatias daquela
instituição, Dr. Jean Bernard Duran, participou da discussão no
Brasil, durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia em Belo
Horizonte, e demonstrou interesse em participar da “I Diretriz
de Cardio-Oncologia”, visando estabelecer o projeto de
publicação, pela excelência cientifica e importância prática do
documento, também nos Estados Unidos, como uma ferramenta
importante para os médicos daquele País.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Jornalista Responsável: Luiz Roberto Queiroz |