MINISTÉRIO E SBC JUNTOS NA CAMPANHA PELA LIMITAÇÃO DO SAL
Num seminário
sobre o uso excessivo de sal, na Organização Panamericana de
Saúde, organizada pelo Ministério da Saúde, a SBC sentiu que as
entidades participantes (Ministério da Saúde, ANVISA, Ministério
da Agricultura e outras) estão trabalhando na mesma linha da
campanha da SBC (Comitê do Sal), que assumiu o papel de
“advocacy” das entidades presentes. A ABIA, presente a reunião
foi muito reticente em suas colocações, foram apresentados
alguns exemplos práticos, como no caso de três marcas de
batata-frita, todas com excesso de sal, mas com grande variação
da quantidade, o que derruba o argumento de que o sal em excesso
seria usado como conservante necessário.
“A SBC se ofereceu para dar suporte técnico para as ações
preconizadas no encontro”, explica Carlos Alberto Machado,
Coordenador de Ações Sociais e do Comitê do SAL da SBC e Luiz
Scala, Diretor do Departamento de Hipertensão da SBC, que
representaram a entidade dos cardiologistas no encontro, que
teve também a presença de enviados das Sociedades de Hipertensão
e de Nefrologia, do Ministério da Agricultura e dos
“Restaurantes Populares”, órgão do Ministério de Desenvolvimento
Social e Combate à Fome e da ANVISA, além da ABIA.
“A presença de representantes de tantas instituições na reunião
do dia 23 mostra que a sociedade está consciente da necessidade
de limitar o consumo de sal”, diz Carlos Alberto, “faltava
apenas o empurrãozinho que foi dado pela iniciativa da SBC,
pioneira como tantas vezes, para que os demais órgãos também se
engajassem”.
Foi desse encontro que resultou o documento inicialmente
proposto pela Coordenação Nacional da Política de Alimentação e
Nutrição do Ministério da Saúde, com as várias metas do projeto
de controle de consumo de sal, ratificado por todas as
instituições presentes, a partir do qual a ANVISA baixou a
resolução dando prazo para a indústria informar, nos rótulos, se
um alimento tem quantidade de sal excessiva, açúcar, gordura
saturada ou trans. que possa ser prejudicial à saúde do
consumidor.
Para o presidente da SBC, que divulgou carta aberta em que apóia
a decisão da ANVISA, “a celeuma e a discussão a respeito da
decisão da ANVISA acaba trazendo benefícios”, pois ampliou o
debate sobre o uso excessivo de sal e seus efeitos nefastos
sobre a pressão arterial, e com isso milhões de pessoas passaram
a saber dos perigos do abuso do sal.
FUTURO PREOCUPANTE
A preocupação com o uso excessivo do sal não é só brasileira, a
própria Organização Mundial da Saúde alerta para os efeitos do
abuso e o Ministério da Saúde, estima-se que em 2050 o Brasil
terá mais de 100 milhões de habitantes com idade superior a 50
anos e, se não desenvolver-se agora, ações de prevenção de
doenças e promoção de saúde, teremos uma população de idosos
doentes que não terão recursos públicos ou privados para tratar
de sua saúde.
Ainda segundo o Ministério, se for possível reduzir o consumo de
sal do brasileiro de 12 para 5 gramas por dia, conforme
preconizado pela VI Diretriz de Hipertensão, cairá em 10% o
número de hipertensos, os óbitos devidos a AVC serão 15% mais
baixos e o total de pessoas que poderão controlar a pressão sem
fármacos serão de 1,5 milhão.
A SBC se engajou na campanha como parte de sua missão social em
defesa da população, missão que, segundo Carlos Alberto, “nossa
entidade tem assumido cada vez mais nos últimos anos” e que vai
assumir ainda mais, tanto que ele já está em contato com a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tendo em vista a
“Campanha da Fraternidade” do ano de 2012, terá como tema a
“Saúde Pública”.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Jornalista Responsável: Luiz Roberto Queiroz |