Centros de investigação do projeto Registros Brasileiros Cardiovasculares se reúnem em São Paulo
Mais de cinquenta representantes dos centros envolvidos no projeto inédito de Registros Brasileiros Cardiovasculares reuniram-se, no último dia 17, no Hotel Pullman, em São Paulo, para uma análise da evolução dos trabalhos que envolvem médicos das mais diversas cidades brasileiras, entre elas Rio de Janeiro, Barbalha, Porto Alegre, Campo Grande do Sul, São Paulo, Brasília, Recife, Blumenau, João Pessoa, Teresina, Manaus, Campos dos Goytacazes e Colatina.
Os presentes foram saudados pelo coordenador nacional do projeto, Luiz Alberto Mattos e pelo presidente da SBC, Jorge Ilha Guimarães, que ressaltou a importância da pesquisa pioneira, pois, até hoje, nenhum trabalho com abrangência nacional tinha sido feito para mostrar o grau de aderência dos centros de atendimento e dos próprios médicos às Diretrizes nacionais e internacionais da Cardiologia.
Jorge Ilha disse que embora o Brasil conte com muitos centros de excelência no atendimento cardiológico, existem dados segundo os quais 65% dos infartados, e mesmo os que moram na periferia das grandes cidades, não conseguem acesso aos Prontos Socorros e Hospitais. Ele falou também da falta de acompanhamento dos pacientes atendidos que, na maioria dos casos, após o atendimento e a medicação, são enviados para casa, sem que haja um sistema eficiente para verificar sua evolução.
“Os Registros estão nos mostrando pela primeira vez o mundo real, o que efetivamente está sendo feito para atender o paciente”, enfatizou Jorge Ilha, que resumiu as realizações da SBC. “Estamos treinando pesquisadores, montamos nossa ‘web station’, nos envolvemos em projetos sociais de grande envergadura, levantamos a bandeira do controle do uso do sal e a levamos para o Brasil inteiro”, disse ele, “mas sensibilizamos também a Anvisa e até a Associação Brasileira das Indústria da Alimentação (ABIA) de que nossa causa é justa e hoje podemos dizer, com absoluta segurança, que não há um evento cardiológico mundial onde não haja médicos brasileiros dando aulas e, para culminar, acabamos de lançar a Universidade Corporativa”.
Para coroar essas realizações, entretanto, faltavam os “Registros”, um levantamento nacional mostrando exatamente como é atendido o paciente cardíaco, se recebe o tratamento adequado, quais as complicações mais freqüentes, em suma, o que acontece efetivamente quando um brasileiro é acometido por um infarto. O presidente lembrou que no Congresso Europeu um imenso número de trabalhos apresentados tem como base os “Registros”, que pelo 9º ano consecutivo são desenvolvidos na Europa, enquanto os norte-americanos já fazem esse tipo de pesquisa há cerca de 30 anos.
Jorge Ilha acredita que os “Registros”, cujos resultados devem ser apresentados em setembro, no Congresso de Porto Alegre, já se constituem num marco da pesquisa cardiológica e, dirigindo-se ao auditório, lotado de pesquisadores clínicos, completou: “vocês são as pessoas-chaves nesse processo, vocês formam um grupo extraordinário ao qual eu agradeço vendo, em vocês, a cara do nosso futuro”.
Os “Registros” que já apresentam os primeiros resultados têm como foco a Doença Coronária Aguda, a Doença Coronária Crônica nos pacientes de alto risco, diabéticos, hipertensos ou que tiveram derrame e um terceiro “Registro” começa a ser trabalhado, o “Breath”, que trata da insuficiência cardíaca.
Os seis pesquisadores dos Centros Líderes em Recrutamento estavam presentes: Áurea Chaves, do Dante Pazzanese de São Paulo,Leila Beltrami Moreira, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Antonio Brasileiro, do Instituto Nacional de Cardiologia – Laranjeiras, do Rio de Janeiro, Elizabete Silva dos Santos, do Dante Pazzanese, Edson Renato Romano, do Hospital do Coração e da Associação do Sanatório Sírio e Helder José Lima Reis, do Hospital de Clínicas Gaspari Viana, de Belém, e todos concordam com a previsão do coordenador Luiz Alberto Mattos e do diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do HCor, Otávio Berwanger de que, dado o número de pacientes já incluídos na pesquisa, é perfeitamente possível que, por mais ambicioso que seja o trabalho, ele possa ser apresentado no Congresso Nacional de Cardiologia, em setembro.
A reunião em São Paulo prolongou-se pelo dia inteiro e, além do presidente da SBC, de Luiz Alberto Mattos e Otávio Berwanger, falou o superintendente Médico e de Relações Institucionais do HCor, Luiz Henrique Almeida Mota, que disse da grande satisfação da instituição para a qual trabalha ao saber que, entre tantos centros de excelência e de pesquisa brasileiros, a SBC houve por bem escolher o HCor como parceiro para a realização do trabalho.
Ainda durante o encontro, foi feita uma apresentação sobre a “Atualização do Recrutamento”, apresentadas as “Dicas dos Centros Líderes em Recrutamento”, com grande participação dos presentes, que deram depoimentos pessoias e fizeram muitas perguntas e a apresentação final teve como tema “Das Diretrizes aos Registros: como aferir a prática clínica da Cardiologia Brasileira”.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Jornalista Responsável: Luiz Roberto Queiroz
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