Página inicial
Informações ao médico de como se tornar um sócio da SBC.
Espaço dedicado ao Estatuto Social da SBC.
Conheça a nova Home Page de associados.
Espaço dedicado à criação de home pages dos sócios SBC.
Espaço dedicado à consulta de home pages dos sócios SBC.
Notícias da Área Cardiológica.
Link para o Consultório Digital.
Espaço dedicado aos 60 anos da SBC.
Informativo das Eleições da SBC.
Informações sobre a pesquisa.
Opotunidades, compra, venda, cursos e eventos
Curiosidades sobre os serviços oferecidos pela SBC.
Área Pública


Área Restrita

email@cardiol.br

Senha:


Solicitação de senha
 

 


Brasil cria primeiras diretrizes sobre
risco cardíaco de quimioterapia



Leia entrevista exclusiva com presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cardiologia – um dos autores do documento.

A queda dos cabelos nem sempre é a única reação indesejável para indivíduos em tratamento oncológico. Apesar de seu papel fundamental no combate a alguns tipos de câncer, os medicamentos quimioterápicos podem ser bastante nocivos e apresentam risco de danos ao coração para cerca de 10% dos pacientes.

Para chamar a atenção à cardiotoxicidade da quimioterapia e estimular cuidados específicos para pessoas com risco cardíaco em tratamento de câncer, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) está editando as primeiras diretrizes mundiais sobre o assunto.

O objetivo é uniformizar a utilização de quimioterápicos de maneira mais segura. De acordo com o oncologista do Einstein, Dr. Rafael Kaliks, a importância das diretrizes está na padronização e na ampla divulgação do controle adequado das toxicidades desses medicamentos.

Com essa publicação, a avaliação de risco cardíaco, hoje realizada pelo médico, poderá ser incorporada na checagem já feita para cada paciente pela enfermagem, por exemplo, que administra os medicamentos”, acredita o médico.

Aqui no Einstein, essa checagem garante a aderência às melhores práticas de redução do risco de infecções na corrente sanguínea e a adequação do melhor esquema de medicações para náuseas, entre outros parâmetros. Agora poderemos incluir o controle da toxicidade cardíaca, aumentando ainda mais a segurança de todo o processo”, explica.

Sobre as diretrizes
Ainda não se tem acesso à integra das diretrizes da SBC para pacientes cardíacos em tratamento oncológico. De acordo com o coordenador de normatizações e diretrizes científicas da SBC e presidente eleito da instituição, o cardiologista Jadelson Andrade (um dos médicos a assinar o documento), a ideia com a publicação é alterar a forma como os profissionais encaram a aplicação da quimioterapia.

Toda a atenção do tratamento oncológico era voltada à melhor e mais eficaz forma disponível para a cura e o tratamento do câncer, sem observar doenças cardíacas preexistentes ou mesmo pacientes com fatores de risco para doenças cardiovasculares”, afirma.

Leia a seguir entrevista exclusiva com o Dr. Jadelson, que revela algumas das informações mais importantes que estarão contidas nas diretrizes a serem publicadas pela primeira vez no mundo pela SBC.

Portal Einstein: Que dados levaram os senhores a vislumbrar a necessidade dessas diretrizes?

Dr. Jadelson: As taxas de câncer, de acordo com relatórios publicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), irão duplicar até 2020, o que tornará as doenças neoplásicas as mais incidentes e prevalentes, ultrapassando as cardiovasculares. Atualmente, são diagnosticados a cada ano mais de 10 milhões de novos casos de câncer no mundo, com tendência para a próxima década de que esse número ultrapasse os 20 milhões anuais.

Devido a este cenário, pesquisas na área oncológica se multiplicaram nos últimos anos, ocasionando o surgimento de novas tecnologias e medicamentos que possibilitaram um aumento na sobrevida dos pacientes com a doença.

Entretanto, as complicações cardíacas também apresentaram um crescimento significativo com uso de quimioterápicos e radioterapia. Este aumento também ocorre, pois 80% de todos os cânceres são diagnosticados em indivíduos com mais de 55 anos e muitos, nessa faixa etária, possuem comorbidades cardiovasculares significantes.

As complicações cardiovasculares provocadas pela quimioterapia determinam doenças que afetam diretamente o prognóstico do paciente em tratamento oncológico. A gravidade da cardiotoxicidade dependerá da dose inicial e cumulativa do quimioterápico utilizado, do modo de administração, da presença de alterações cardíacas subjacentes e do uso concomitante de agentes antineoplásicos e/ou radiação.

Os efeitos adversos cardíacos podem ocorrer imediatamente à administração do medicamento, logo nos primeiros dias, ou demorar meses, até mesmo anos, após o término do tratamento.

P.A.: O senhor acredita que pacientes eram tratados todos de maneira indistinta, sem considerar seu histórico ou riscos cardiológicos?

Dr. J.: Sim. Antes da observação da importância deste fenômeno de toxicidade cardiológica, toda a atenção do tratamento oncológico era voltada a melhor e mais eficaz forma disponível para a cura e o tratamento, sem observar doenças cardíacas preexistentes ou mesmo pacientes com fatores de risco para doenças cardiovasculares, como idade, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes etc.

O que a diretriz preconiza é que, ao estabelecer o protocolo do tratamento para o câncer, o oncologista deva solicitar para seus pacientes uma avaliação cardiológica prévia ao tratamento, bem como um acompanhamento cardiológico durante o processo, com ênfase nos pacientes identificados como de risco para doenças cardiovasculares.

P.A.: Quais as principais alterações no tratamento de pacientes oncológicos propostas pelo texto?

Dr. J.: As diretrizes preconizam que a escolha do protocolo de tratamento deva ser adequado ao perfil do paciente, observando a presença de doença cardíaca preexistente ou de fatores de risco cardiovascular.

Ajustes dos protocolos de tratamento, como a escolha dos agentes quimioterápicos, deverão ser feitos de acordo com este perfil, uma vez que existem medicamentos que, embora sejam mais eficazes, são mais agressivos ao coração. Com esse maior potencial de cardiotoxicidade, eles devem ser evitados como estratégia para pacientes que desenvolvam manifestações cardiológicas durante o tratamento ou que tenham cardiopatia diagnosticada previamente. A detecção precoce de agressões ao sistema cardiovascular recomenda modificação da estratégia terapêutica iniciada ao tratamento do câncer.

P.A.: O que deve mudar na prática para as instituições de saúde?

Dr. J.: O que muda é a perspectiva de que as instituições de saúde especializadas em tratamento oncológico devem também disponibilizar métodos de diagnóstico e acompanhamento médico cardiológico, que deverão estar em permanente interação com as equipes de oncologia.

P.A.: Quando as diretrizes serão publicadas?

Dr. J.: A diretriz de cardio-oncologia acaba de ser publicada.

Veja a íntegra das diretrizes aqui.


Fonte: Portal Einstein - www.einstein.br

Home | Fale com o Cardiol.br | Adicionar aos favoritos Última atualização: 29/11/2024