SBC FOI A GRANDE ESTRELA NA JORNADA LUSÓFONA, NA ÁFRICA
Os representantes da SBC foram o grande destaque na Segunda
Jornada Lusófona de Cardiologia, que reuniu em Maputo, capital
de Moçambique, mais de 150 médicos, estudantes de Medicina de
todas as regiões do mundo que falam português: Guiné-Bissau,
Angola, Moçambique, Macau, que é um pequeno enclave dentro da
China, Timor Leste, Brasil, Açores, que é uma região autônoma, e
Portugal, e cuja importância pode ser medida pela presença
atuante dos embaixadores do Brasil e de Portugal durante o
evento.
O destaque da presença brasileira decorre do fato de Moçambique
ser uma região tão pobre e que apenas agora está montando seu
sistema de saúde, que praticamente não há mortes por infarto, já
que as pessoas morrem antes de chegar à idade em que ele ocorre.
Morre-se de malária, da AIDS, de cólera, de
febre reumática. “A expectativa de vida é de 40 anos na região”,
diz o diretor de Comunicações da SBC, Miguel Antonio Moretti, “e
a mortalidade infantil é de 140 por mil nascidos vivos, enquanto
no Brasil é de 14 e ainda considerada alta”, complementa Carlos
Alberto Machado, coordenador das Ações Sociais.
Os representantes da SBC fizeram conferências
sobre o uso da estatina, a profilaxia do troembolismo venoso e o
tratamento da arritmia ventricular, o funcionamento do SUS, aqui
tão criticado, mas considerado um sonho em Moçambique, mas para
os africanos o mais importante não foram as palestras, mas o
apoio que buscam no Brasil, País que enxergam como a grande
liderança da chamada Lusofonia e como o exemplo a ser seguido.
É justamente por isso que na abertura internacional que a SBC
passou a viver, o presidente Jorge Ilha Guimarães, que no ano
passado acertou a participação brasileira no evento, considera
importantíssima a vinda das delegações lusófonas para o
Congresso de Porto Alegre e pede que os médicos da África sejam
recebidos com imenso carinho, pois seu desejo é de copiar a
Saúde Pública brasileira e a atuação da SBC.
Ele lembra que o País, com 19,1 milhão de habitantes, tem apenas
600 médicos e a Capital, com 1,2 milhão de almas, conta com
apenas 12 cardiologistas, menos do que existem em alguns bairros
das cidades brasileiras e ainda com carência de recursos, de
hospitais, de equipamentos e que representam, estatisticamente,
talvez o pior índice do mundo, 1 para 100.000 habitantes.
Para complicar, enquanto no Brasil a cultura e a língua são
únicas, em Moçambique há uma diversidade etnias e tribos,
Changane, Chokwe, Manica, Tsongo, Chona, Sena, Macua, Malavis,
enquanto os europeus representam apenas 0,06% da população, que
tem apenas 3% de idosos, os raros felizardos que lograram passar
dos 65 anos. “O desafio da virada epidemiológica que o Brasil
viveu a partir da década de 1950, quando vencemos as doenças
transmissíveis, Moçambique espera fazer com a ajuda dos seus
irmãos brasileiros”, diz Moretti, que se emocionou com o a
gentileza da recepção e a importância dada aos brasileiros.
“É claro que retribuímos”, garante Carlos Alberto, “falamos da
nossa experiência de sucesso ao assessorar o Ministério da Saúde
na formatação das políticas públicas, falamos da implantação do
programa de hipertensão e diabetes, do panorama das doenças
cardiovasculares que a médio prazo devem começar a viver e das
ações que devem ser implementadas no País.
O interesse dos estudantes de Medicina presentes era
impressionante, dispostos a enfrentar nos próximos anos o imenso
desafio de montar um sistema de saúde no País. Foram os
estudantes, quase uma centena, que incharam o evento, para o
qual se esperava 60 participantes, que acabaram sendo mais de
150, “extremamente envolvidos com o desafio de preparar o
futuro, e olhando o Brasil como o Norte, como o vir a ser que
eles esperam construir”.
Representantes da SBC foram o grande destaque na Segunda Jornada
Lusófona de Cardiologia
Fonte:
Assessoria de
Imprensa
Jornalista Responsável: Luiz Roberto Queiroz |