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SBC entrega ao Ministério da Saúde Programa para redução da mortalidade de crianças com Cardiopatia Congênita


A proposta prevê a criação da Secretaria Especial para o
Tratamento da Criança com Cardiopatia Congênita (SETRACC)


O presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Jadelson Andrade, entregou no dia 22 de agosto ao ministro Alexandre Padilha, da Saúde, um ambicioso programa elaborado por um comitê de especialistas para salvar cerca de 21.000 crianças que nascem por ano no Brasil com problemas congênitos no coração e acabam morrendo por não terem a chance de serem submetidas a cirurgia cardíaca e intervenção percutânea.

 

O ‘Programa Nacional para o Tratamento Integral de Crianças com Diagnóstico de Cardiopatia Congênita’ foi desenvolvido em conjunto pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista(SBHCI) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Os presidentes das entidades estiveram na audiência com o ministro, “evidenciando que a preocupação com a necessidade de atendimento a essas crianças é um consenso entre os médicos brasileiros”, afirmou o presidente da SBHCI, Marcelo Queiroga.

 

O presidente da SBC, Jadelson Andrade, relata que os dados epidemiológicos que retratam a realidade das crianças com diagnóstico de Cardiopatia Congênita no Brasil evidenciam que das 21.000 crianças com este diagnóstico e com indicação de Cirurgia Cardíaca ou Intervenção Percutânea, 62% não têm acesso a estes tratamentos. Analisados os dados da região Norte, o déficit atinge 91% e nas regiões Nordeste e Cento Oeste do país é de 74%. O reflexo é o elevado índice de mortalidade nesta população de crianças considerando que mais de 70% têm potencial de cura se a chance do tratamento for oferecida. Ao ser analisado a mortalidade de crianças por Cardiopatia Congênita em São Paulo, entre os anos de 2000 a 2010 fica evidente ser esta a maior causa de óbito na referencia por mortalidade infantil no Estado neste período.

 


                                                                                                                                 Foto: Erasmo Salomão

 

A observação deste trágico perfil epidemiológico em relação as crianças com Cardiopatia Congênita no Brasil levou a SBC, formar um comitê de especialistas de alto nível integrantes destas sociedades, para elaboração do Programa Nacional para o Tratamento Integral de Crianças com Diagnóstico de Cardiopatia Congênita. O objetivo foi criar um instrumento que possa ser utilizado junto ao Ministério da Saúde e demais segmentos sociais e governamentais para enfrentamento e modificação de forma definitiva deste panorama relacionado a crianças com Cardiopatia Congênita no país.

 

O Presidente da SBCCV, Walter Gomes, considera que a solução definitiva deste grave problema e que integra uma parte essencial do programa proposto pela SBC, será a criação pelo Ministério da Saúde da Secretaria Especial para o Tratamento da Criança com Cardiopatia Congênita (SETRACC), que deverá contribuir decisivamente para a eliminação dos atuais entraves que dificultam o acesso das crianças com diagnóstico de Cardiopatia Congênita a cirurgia, na sua grande maioria com possibilidade de cura definitiva.

 

É grande a expectativa de todos os que se dedicaram na elaboração deste programa que a sua imediata aplicação possa ser o primeiro e mais importante passo na direção da única chance que terão estas crianças com diagnóstico de Cardiopatia Congênita de ter direto a vida com os recursos atualmente disponíveis e que estes jamais por nenhuma circunstância lhes possa ser negado.

 

Os números

 

No detalhado documento entregue ao ministro, os presidentes das sociedades de especialidades médicas incluíram quadros que indicam o total de intervenções realizadas e o déficit, para o ano de 2010.



O trabalho indica também que embora o déficit de atendimento das Cardiopatias Congênitas seja de 60% no Brasil como um todo, na região Norte chega a 91%, no Nordeste é de 76% e mesmo no Paraná e Distrito Federal, onde o atendimento é melhor, o déficit é de 14%. “Dos 4.500 cateterismos cardíacos com fim de diagnóstico necessários num ano, o Brasil só realizou 727”, diz Jadelson. A deficiência tem maior gravidade quando se lembra que 50% dessas crianças devem ser operadas no primeiro ano de vida.

 

Aponta o presidente da SBC, Jadelson Andrade, que o problema tomou esta dimensão pelo fato de que os hospitais ao receberem os recursos do SUS priorizam as cirurgias cardíacas de menor complexidade, a exemplo de Cirurgias de Revascularização do Miocárdio, troca de Válvulas Cardíacas e implantes de Marca Passo Artificial, consumindo desta forma os recursos disponibilizados e acumulando cirurgias cardíacas de maior complexidade e de maior custo como as cirurgias de Cardiopatias Congênitas.

 

A proposta da criação da SETRACC pelo Ministério da Saúde tem por objetivo regulamentar esta situação como alternativa definitiva para que estas crianças tenham a oportunidade de serem submetidas ao tratamento que necessitam finaliza.


Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC.

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