57th ANNUAL SCIENTIFIC SESSION | March 29 - April 1, 2008 | CHICAGO
 JOINT SESSION OF THE BRAZILIAN SOCIETY FOR CARDIOLOGY AND THE ACC
Sunday, march 30, 2008 - 3:45 PM - 5:00 PM - McCormick Place - Room S402
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Exercício físico ao longo da vida ajuda a prevenir a insuficiência cardíaca associada ao envelhecimento (03/04/2011 00:26)

Dr. Roberto Rocha Giraldez e Dr. Antonio Bacelar                                                  

Resumo: O tamanho do músculo cardíaco avaliado pela massa ventricular esquerda atinge seu pico em uma idade precoce ao longo da vida e diminui a seguir, principalmente associado à vida sedentária. A redução da massa ventricular está associada a eventos cardíacos, principalmente a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo, forma de insuficiência cardíaca cada vez mais frequente entre os idosos. Dados apresentados durante o Congresso do American College of Cardiology e i2Summit mostram que a manutenção da atividade física ao longo da vida pode prevenir a redução da massa ventricular, presevando a complacência cardíaca observada na juventude e ajudando a prevenir suas complicações.

Introdução: O processo de envelhecimento é caracterizado por perda da massa muscular, particularmente do músculo esquelético. Esse processo, no entanto, não é exclusivo do músculo periférico e também acontece no músculo estriado cardíaco. A massa ventricular esquerda atinge seu pico numa faixa etária jovem e diminui com o envelhecimento. A redução da massa ventricular esquerda associada ao envelhecimento reduz a eficiência das funções sistólica e diastólica do miocárdio ventricular esquerdo. Essa atrofia muscular promove uma redução da capacidade contrátil e enrijecimento do coração pelo incremento relativo de tecido conectivo cardíaco. Esse estudo avaliou o impacto da atividade física sobre a massa ventricular esquerda e procurou definir os níveis normais de massa ventricular esquerda por faixa etária.

Métodos: Pacientes saudáveis (n=121; 64% do sexo masculino) foram incluídos nessa análise baseado em sua história prévia de atividade física. Pacientes sedentários (n=59) foram recrutados do Dallas Heart Study, uma amostra aleatória multietnica de residentes da região de Dalas nos EUA. Os outros 62 pacientes com o hábito da prática esportiva foram retirados do Aerobics Center Longitudinal Study, uma corte prospectiva de indivíduos que mantinham atividade física regular ao longo de sua vida por, pelo menos, 25 anos. A atividade física foi avaliada pelo número de sessões aeróbicas semanais. Os pacientes acima de 65 anos foram estratificados em 4 grupos de acordo com sua carga de atividade física: sedentários (sem nenhuma atividade física), atletas ocasionais (2-3 vezes por semana), atletas comprometidos (4-5 vezes por semana )e atletas profissionais (6-7 vezes por semana). Pacientes entre 25-34 anos e 35-54 anos serviram de controles. Todos os pacientes foram submetidos a ressonância magnética em um magneto de 1.5 tesla. A massa ventricular esquerda foi indexada ao índice de massa corpórea (g/m2).

Resultados: O estudo não mostrou diferença na massa ventricular esquerda entre pacientes jovens, ou seja, entre 25-34 e 35-54 anos. Ao contrário, pacientes sedentários acima de 65 anos apresentavam uma redução da massa do ventrículo esquerdo. Pacientes que realizaram atividade física ocasional, mantiveram a massa ventricular inalterada, enquanto houve um incremento progressivo da massa muscular do ventrículo esquerdo nos pacientes comprometidos com atividade física e nos atletas.

Conclusões: A massa ventricular esquerda diminui com a idade em pacientes sedentários. O treinamento físico ao longo da vida, entretanto, é capaz de interromper esse processo. Atletas acima de 65 anos mantém índice de massa ventricular similar ou até superior, dependendo da intensidade da atividade física, em relação a pacientes sedentários entre 25 e 34 anos.

Perspectivas: O autor do estudo, Dr. Paul Bhella, sugere em suas suas perspectivas que “se nós pudermos identificar pacientes de faixa etária intermediária, entre 45 e 60 anos, e convencê-los a fazer atividade física, essa atitude pode prevenir eventos cardiovasculares maiores, incluindo insuficiência cardíaca. Ele também menciona que “a definição de como intervir na hora correta e qual a carga ideal de exercício são questões críticas que ainda precisam ser definidas para a instituição de condutas para manter nossos pacientes saudáveis e prevenir doenças cardíacas.”

Referência: Lifelong Exercise Training Demonstrates a Dose Dependent Effect on MRI Derived Left Ventricular Mass: Implications for Defing Population Norms and Left Ventricular Hyperthophy. Apresentado pelo Dr. Paul Bhella no  American College of Cardiology 2011 Scientific Sessions.


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