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					Infecção Bacteriana, tema de M. de Lourdes Higuchi no 
					Simpósio do ACC 
					
					 
					
					“Infecção bacteriana no coração e 
					pericárdio” é o tema da professora Maria de Lourdes Higuchi 
					no “Joint Symposium ACC-SBC”, nos Estados Unidos. 
  
					Muito feliz por ter sido escolhida como um dos três 
					palestrantes brasileiros, “é um reconhecimento das pesquisas 
					que faço há oito anos nessa área”, Maria de Lourdes Higuchi 
					explica que, como patologista e diretora do Laboratório de 
					Patologia do Incor, passou a se interessar pelo tema porque 
					a inflamação tem sido associada a uma série de doenças 
					crônicas do sistema cardiovascular, entre as quais a 
					aterosclerose, diabetes, micardiopatias, pericardites e 
					valvopatias, e é um dos grandes problemas da Cardiologia 
					atual. 
  
					A médica explica que as terapêuticas vigentes muitas vezes 
					procuram combater elementos associados à inflamação como 
					lípides oxidados, citocinas e estresse oxidativo, mas a 
					grande incógnita é o que causa o surgimento das alterações 
					que levam à inflamação? E apesar de muitos agentes 
					infecciosos já terem sido relatados, antibióticos não têm 
					conseguido mudar o curso dessas doenças. 
  
					Embora ainda falte mais de um mês para o evento, marcado 
					para 30 de março, a professora Higuchi já tem sua 
					apresentação montada. Ela vai apresentar seus achados 
					realizados em estudos com microscopia eletrônica e biologia 
					molecular, tanto em tecidos humanos doentes, como de animais 
					experimentais, que indicam a presença de mais de um agente 
					nessas lesões, o que explicaria em parte a falta de resposta 
					aos antibióticos. O microorganismo mais freqüente é o 
					micoplasma, explica, cuja proliferação aumenta na presença 
					de colesterol. Co-infecção com outros microorganismos 
					primitivos como: clamídias, espiroquetas e arqueias parece 
					formar consórcios de micróbios que levam ao aumento da 
					virulência dos mesmos e possibilitam a sobrevivência dos 
					mesmos ao ataque da resposta imunológica do hospedeiro. 
					 
					Ela pretende também demonstrar que fatores como colesterol, 
					hormônios ou imunossupressão levam à maior proliferação de 
					um ou outro dos agentes infecciosos presentes no tecido, e 
					este crescimento diferenciado explicaria diferentes tipos de 
					lesões numa mesma doença: presença de placa instável ou 
					placa estável na aterosclerose; forma indeterminada ou com 
					insuficiência cardíaca na doença de Chagas; presença ou 
					ausência de inflamação linfocítica e fibrose no miocárdio de 
					pacientes com cardiomiopatia dilatada idiopática. 
					 
					Para finalizar, mostrará aos presentes os resultados 
					preliminares experimentais, que são bastante animadores, no 
					tratamento de aterosclerose e inflamação, de um novo 
					composto que combate simultaneamente os micoplasmas e os 
					agentes co-infectantes. 
					 
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					Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC 
					Jornalista Responsável: Luiz Roberto de Souza Queiroz  |