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					 Brasil 
					vai falar com Americanos sobre Doenças Infecciosas do Coração 
					 
					A Cardiologia brasileira terá a 
					honra de apresentar para a nata da Cardiologia 
					norte-americana o nível de conhecimento desenvolvido no 
					Brasil sobre as doenças infecciosas do coração e seu 
					tratamento. 
					 
					A apresentação ocorrerá no dia 30 de março, no salão S402 do 
					centro de Convenções “McCornick” como parte integrante do 
					congresso anual do American College of Cardiology, em 
					Chicago. 
  
					“O interesse dos médicos norte-americanos é muito grande, 
					principalmente em relação aos efeitos cardiológicos da 
					Doença de Chagas, que chegou aos EUA através de dezenas de 
					milhares de imigrantes latino-americanos”, explica o 
					presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Antonio 
					Carlos Palandri Chagas. Ele acrescenta que o tratamento das 
					seqüelas da moléstia se constitui num grande desafio para os 
					norte-americanos, que estimam entre 100 e 120 mil os 
					chagásicos que vivem no País. 
					 
					Chagas explica que ficou lisonjeado quando o presidente do 
					American College of Cardiology, James Dove, e o presidente 
					da Comissão Científica, Mark E. Shelton, o procuraram para 
					propor um simpósio na forma de “Joint Session” com a SBC, 
					honra que até agora tinha sido reservada apenas para poucos, 
					como a Cardiologia européia e para a Japonesa, extremamente 
					avançadas. Ele considera muito justo o convite para o 
					Brasil, pois “nossa produção científica é muito grande e 
					diversificada, que abrange desde a cardiopatia congênita à 
					biologia molecular”. 
					 
					Aceito o convite, Chagas reconhece que teve dificuldade para 
					selecionar apenas três profissionais brasileiros, entre os 
					muitos pesquisadores do País que granjearam renome 
					internacional e que assinam pesquisas originais de alto 
					valor científico. 
  
					Assim, foram convidados, Nadine Clausell, da Universidade 
					Federal do Rio Grande do Sul, que falará sobre a experiência 
					brasileira com insuficiência cardíaca provocada por 
					infecções bacterianas e viróticas e José Antonio Marin Neto, 
					da USP de Ribeirão Preto, que abraçou o tema “Doenças 
					parasitárias do coração”, com destaque especial para Doença 
					de Chagas, hoje transformada num problema epidemiológico 
					para os Estados Unidos. 
					 
					“A experiência brasileira nesse campo é imensa”, explica o 
					presidente da SBC, porque embora a transmissão pelo barbeiro 
					tenha sido erradicada no País, subsistem alguns milhões de 
					pacientes com vários graus da evolução da moléstia, que são 
					tratados inclusive com transplante cardíaco, quando 
					necessário, enquanto há centros brasileiros que pesquisam o 
					benefício que o emprego de células-tronco pode trazer para 
					os estes doentes. 
					 
					A terceira conferencista brasileira a falar no “Simposium 
					ACC/SBC” será Maria de Lourdes Higuchi, patologista do 
					Instituto do Coração de São Paulo, com o tema “Infecção 
					bacteriana no coração e pericárdio”. Há oito anos, Higuchi 
					pesquisa a associação da inflamação cardíaca com doenças 
					crônicas do sistema cardiovascular, entre as quais 
					aterosclerose, diabetes, miocardiopatias e valvopatias. 
					 
					O presidente da SBC tem certeza que a Cardiologia brasileira 
					tem uma grande contribuição a dar à Cardiologia mundial, 
					representada pelos 25 mil médicos que estarão presentes ao 
					evento de Chicago. Ele entende, todavia, que o simples fato 
					de ter sido proposto um simpósio conjunto, é um 
					reconhecimento oficial do alto grau de desenvolvimento da 
					Cardiologia praticada no Brasil e da riqueza das pesquisas 
					realizadas no País. E isso é motivo de orgulho para toda a 
					categoria, conclui ele. 
					 
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					Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC 
					Jornalista Responsável: Luiz Roberto de Souza Queiroz  |