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Estudo PLATINUM: Uma nova plataforma de stent de platina-cromo

Dr. Henrique B. Ribeiro e Dr. Bruno Paolino

Introdução: Diversos tipos diferentes de stents farmacológicos estão disponíveis atualmente no mercado, com modificações na composição do polímero, na droga utilizada e na estrutura metálica utilizada. Nos dias atuais, grande parte dos stents é composta de aço inoxidável e cromo-cobalto (CoCr). Contudo, mais recentemente foi desenvolvida uma nova plataforma, composta de uma liga metálica de platina-cromo (PtCr), que confere ao stent melhor visibilidade e maior força radial. Esse novo dispositivo foi eluído com a mesma droga, concentração e o mesmo polímero que os stents PROMUS e XIENCE.

Objetivos: Demonstrar a não inferioridade da nova plataforma de stents de PtCr, em comparação à de CoCr.

Métodos: O estudo PLATINUM foi um ensaio clínico multicêntrico que randomizou um total de 1530 pacientes para o grupo CoCr (n=762) e o grupo PtCr (stent Promus Element, n=768). Os pacientes foram seguidos por 12 meses e, como desfecho primário, foi avaliada a taxa de falência do vaso alvo (FVA), definida como morte cardíaca, infarto e revascularização da lesão alvo relacionados ao vaso tratado.

Resultados: Os pacientes tinham média de idade de 64 anos e 71% eram homens. As características clínicas basais foram semelhantes nos grupos CoCr e PtCr para hipertensão (respectivamente 73,2 vs 70,9%; p=0,32) e diabetes (25,1 vs 22,0%; p=0,16). Também não houve diferenças entre os grupos para características angiográficas, tendo mais de 90% dos pacientes sido submetidos ao tratamento de apenas uma lesão. As características do procedimento, porém, foram discretamente diferentes entre os grupos, ressaltando-se o maior número de stents em cada lesão no grupo CoCr, quando comparado ao grupo PtCr (1,08 ± 0,35 vs 1,05 ± 0,26, respectivamente; p=0,01) e na pressão de dilatação máxima atingida (15,9 ± 3,2 vs 16,3 ± 3,1; p=0,002).

O estudo demonstrou que o stent PtCr foi não-inferior ao de CoCr para o desfecho primário (3,4 vs 2,9%, respectivamente; p=0,001 para não-inferioridade). Além disso, também não houve diferenças significativas em relação à segurança entre os grupos na taxa de trombose de stent (ambas de 0,4%) e de revascularização do vaso alvo (2,7 vs 2,9%, respectivamente; p=0,83).

Conclusão: Os stents desenvolvifdos na nova plataforma de PtCr se mostraram não- inferiores aos de CrCo para a taxa de FVA, alem de demonstrar boa segurança e eficácia no seguimento de 12 meses.

Perspectivas: Apesar de não ser apresentar grandes novidades, o estudo PLATINUM reafirma a importância do novo stent para o cenário da cardiologia intervencionista. A plataforma de PtCr talvez possa mostrar, em estudos futuros, algum benefício em lesões mais calcificadas, por exemplo, em função de sua maior força radial. Além disso, este ensaio clínico reforça a ideia do grande progresso da cardiologia intervencionista, que alcança cada vez melhores resultados tanto na questão da reestenose, quanto nas taxas de trombose. Ambas as complicações foram bastante baixas no estudo, apesar de tratar-se de uma população de risco alto.

Referência: One-Year Results of the PLATINUM Trial Show No Significant Differences in Clinical Outcomes, apresentado pelo Dr. Greg Stone no ACC.11/i2 Summit 2011 em Nova Orleans.

 

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