Autor: Dr. Antonio Bacelar
O consumo leve a moderado de álcool (2 a 3 doses por dia) em pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio reduziu em 25% a necessidade de novos procedimentos cardiovasculares, infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC) e morte, quando comparados com pacientes abstêmios, segundo estudo apresentado pelo Dr. Umberto Benedetto (Universidade de Roma) no congresso da American Heart Association 2010. Por outro lado, os pacientes revascularizados e portadores de disfunção ventricular que consumiam grandes quantidades de álcool apresentaram o dobro da mortalidade quando comparados aos pacientes abstêmios.
“O benefício do consumo de pequenas quantidades de álcool está bem documentado em indivíduos saudáveis, entretanto, nosso estudo sugere melhora no prognóstico dos pacientes revascularizados. Porém, não devemos recomendar o consumo de álcool nos pacientes com disfunção ventricular”, disse o autor do estudo. Não houve interação entre consumo de álcool e uso de medicações.
Os pesquisadores aplicaram um questionário de consumo de álcool em 1.021 pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio e avaliaram a incidência de novos procedimentos cardiovasculares, IAM, AVC e morte cardiovascular durante acompanhamento de 3 anos e meio. O consumo de álcool foi definido como leve a moderado (5 a 30 gramas de álcool por dia) e moderado a importante (maior que 60 gramas por dia).
“Os resultados desse estudo precisam ser confirmados em ensaios clínicos com maior número de pacientes e acompanhamento mais prolongado”, concluiu o autor do estudo.
A American Heart Association não recomenda o início de consumo de bebidas alcoólicas para prevenção de doença cardiovascular porque o seu consumo excessivo pode aumentar a pressão arterial e trazer efeitos indesejáveis. Para pacientes que já fazem uso, a AHA recomenda um limite de uma dose diária para mulheres e de duas doses os homens.
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