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Estudo ROCKET-AF: Estudo randomizado entre rivaroxaban (inibidor direto do fator Xa oral) e varfarina para prevenção de AVC e embolismo nos pacientes com fibrilação atrial.

Rivaroxaban Once-daily oral director factor Xa inhibibition Compared with vitamin K antagonism for prevention of stroke and Embolism Trial in Atrial Fibrilation- ROCKET-AF.

Dr. Antonio Bacelar.

Resumo: O Dr. Kenneth W. Mahaffey (Duke Clinical Research Institute) apresentou o estudo ROCKET-AF (American Heart Association 2010), que comparou a eficácia da rivaroxabana (nova classe de anticoagulante oral inibidor direto do fator X ativado) à varfarina na prevenção de acidente vascular cerebral (AVC) e embolismo sistêmico em pacientes portadores de fibrilação atrial (FA). A rivaroxabana foi não inferior `a varfarina para a meta primária do estudo – prevenção de tromboembolismo cerebral e sistêmico.

Objetivos: O objetivo primário do estudo ROCKET-AF foi comparar a eficácia da rivaroxabana `a varfarina (estudo de não-inferioridade) na prevenção de AVC e embolismo sistêmico em pacientes com FA de etiologia não-valvar. A meta primária de segurança foi composta por sangramentos maiores e sangramentos clinicamente relevantes.

Métodos: Estudo multicêntrico (45 países e 1178 centros), prospectivo, randomizado, duplo-cego e double-dummy (os grupos tomavam duas medicações orais: rivaroxabana ou placebo e varfarina ou placebo), que comparou rivaroxabana 20 mg em tomada única diária (15 mg em pacientes com clearance de creatinina entre 30-49 ml/min) à varfarina (dose ajustada para atingir INR entre 2,0-3,0). O estudo incluiu pacientes com AVC, ataque isquêmico transitório ou embolia sistêmica prévia ou pacientes com CHADS2 ≥2 (insuficiência cardíaca, hipertensão, idade >75 anos, diabetes). Foram excluídos os pacientes com valvopatia mitral, passado de AVC hemorrágico e distúrbios da coagulação.

Resultados: Um total de 14.264 pacientes foram incluídos no estudo, sendo 7.131 no grupo rivaroxabana e 7.133 no grupo varfarina. A média de acompanhamento foi de 2 anos. As características pré-tratamento eram homogêneas entre os dois grupos. A média etária foi de 73 anos, 40% eram do sexo feminino e 68% possuíam insuficiência renal moderada a importante. 87% dos pacientes apresentaram escore CHADS2 ≥3 e 55% apresentaram eventos embólicos prévios. Dos pacientes alocados no grupo da varfarina, 58% mantiveram INR adequado (tempo na faixa terapêutica).

Avaliada pela intenção de tratar (ITT), a rivaroxabana foi não inferior `a varfarina em relação ao desfecho primário (2,10 eventos/100 pacientes-ano vs. 2,41/100 pacientes-ano, p<0,001 para não inferioridade). Quando analisado pelos pacientes que realmente fizeram uso da medicação (per protocol), a rivaroxabana foi superior à varfarina (1,70 eventos/100 pacientes-ano vs 2,15 /100 pacientes-ano, redução de risco relativo de 21%, p=0,015).

Em relação aos desfechos de segurança, a rivaroxabana apresentou taxas semelhantes de sangramentos maiores e sangramentos clinicamente relevantes comparada à varfarina (14,9,% vs 14,5%, p=0,442). Pacientes no grupo rivaroxabana apresentaram menos hemorragias intracranianas (0,5% vs 0,7%, p=0,019), assim como menor mortalidade secundária a sangramento (0,2% vs. 0,5%, p=0,003). Ao contrário, o uso da rivaroxabana esteve associado a queda de hematócrito (2,8% vs 2,3%, p=0,019) e necessidade de hemotransfusão (1,7% vs 1,3%, p=0,044) comparada à varfarina. Não houve diferença em relação aos eventos adversos e suspensão do medicamento.

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