Informações ao médico de como se tornar um sócio da SBC.
Espaço dedicado ao Estatuto Social da SBC.
Conheça a nova Home Page de associados.
Espaço dedicado à criação de home pages dos sócios SBC.
Espaço dedicado à consulta de home pages dos sócios SBC.
Notícias da Área Cardiológica.
Link para o Consultório Digital.
Espaço dedicado aos 60 anos da SBC.
Informativo das Eleições da SBC.
Informações sobre a pesquisa.
Opotunidades, compra, venda, cursos e eventos
Curiosidades sobre os serviços oferecidos pela SBC.
|
|
|
|
|
Brasileiro não se dá conta do mal chamado colesterol
Por Vítor Cavalcanti, especial para a
Agência Estado
Falta de informação e de compreensão estão entre os motivos pelos
quais os brasileiros não dão importância ao nível de colesterol. As
falhas na educação aparecem como uma das questões chaves para esse
cenário. O desconhecimento, que não está restrito aos brasileiros
(atinge cidadãos da Europa, Ásia e América Latina), foi comprovado
pela pesquisa "From The Heart" (Do Coração). A elevada taxa de
colesterol é um dos principais fatores desencadeantes de doenças
cardíacas.
O estudo, divulgado na última semana de outubro, simultaneamente na
França e na Costa Rica, mostra que, no Brasil, 64% das pessoas
diagnosticadas com colesterol alto não sabem que as doenças
cardiovasculares (DCV) são as que mais matam no mundo. Nesse grupo,
37% das pessoas acreditam que o câncer mata mais que as doenças do
sistema cardíaco.
Números da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a DCV
causa 17 milhões de mortes por ano em todo o mundo; no Brasil, a
estimativa é de cerca de 300 mil. A pesquisa, feita pelo professor
britânico Richard Hobbs, da Universidade de Birmingham e o sueco
Leif Erhardt, da Universidade de Malmö, envolveu 1.547 pacientes e
700 médicos de 10 países (Bélgica, Brasil, Dinamarca, Finlândia,
França, México, Portugal, Cingapura, Coréia do Sul e Reino Unido),
com o patrocínio do laboratório AstraZeneca. "O câncer está
associado a uma morte dolorosa e lenta, enquanto que a DCV está
relacionada a eventos repentinos" esclarece Erhardt.
O diretor executivo da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
Raimundo Marques, autor de "Atlas do Coração" (estudo
epidemiológico inédito no País sobre fatores de risco de doenças do
coração), foi convidado para fazer um comparativo entre a pesquisa
brasileira e a "From the Heart". Para ele, os números impressionam e
mostram que há uma similaridade entre a falta de informação vista no
Brasil e em outros países da América Latina.
Marques lembra que no levantamento nacional foi apontado que 70% dos
brasileiros não souberam definir um conceito claro sobre o que é
colesterol. "No Brasil, além da falta de aquisição à saúde, tem o
problema da educação. 60% dos alfabetizados são analfabetos
funcionais e não conseguem compreender o que lêem", afirma.
Um outro dado do "Atlas do Coração" que chama a atenção é o
fato de que, mesmo entre os que souberam dar uma definição, 60%
nunca fizeram um exame para medir o nível de colesterol. "O grupo
exposto ao risco é muito grande. Não adianta saber, tem de fazer a
medição", analisa Marques.
Os brasileiros foram a maior amostragem do estudo "From the Heart" -
200 pacientes e 100 médicos, junto com mexicanos, britânicos e
franceses. Entre os participantes do Brasil, a cada 10, oito não
imaginavam que o colesterol alto poderia causar ataque cardíaco. 68%
deles não souberam especificar o nível de colesterol saudável em seu
caso. "As pessoas não se preocupam com o colesterol e com outros
fatores de risco porque não enxergam efetivamente o dano", nota
Erhardt.
Tratamento fácil
Mudança de hábitos é o pontapé inicial para tratar o colesterol
elevado. Medicamentos só são indicados em casos mais problemáticos,
como pacientes com diabete ou quando existem outros fatores de risco
associados. "No geral, recomendamos uma dieta balanceada e a prática
de exercícios físicos", informa Marques.
Carnes gordas, ovos e derivados do leite se tornam inimigos de quem
tem o nível de gordura no sangue acima do recomendado. Entre os
vegetais, o coco fica proibido, pela alta concentração de gordura.
Os médicos também orientam sobre embutidos e frutos do mar. Essas
pessoas terão que substituir toda essa alimentação por frutas,
legumes e verduras. Alimentos ricos em fibras são recomendados. "De
fato, o colesterol elevado é o principal fator de risco para as
doenças cardiovasculares, no entanto, é o mais fácil de ser
tratado", afirma Richard Hobbes.
Projeções assustadoras
É preocupante a projeção que a OMS faz para o Brasil para o período
2030/2040. A organização estima que até lá, haverá um salto de 250%
nas mortes por doenças cardiovasculares no País. Especialistas têm
insistido que se trata de uma doença da urbanização. A população
rural diminuiu bastante nas últimas décadas, com isso as pessoas
passaram a conviver com novas realidades que envolvem alimentação
inadequada, estresse e falta de atividade física.
Na visão de diversos médicos, o Brasil não estará preparado para
atender a esta demanda se as previsões se confirmarem. "A atual
estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) é voltada para o
atendimento emergencial, como enfarte e ponte de safena" lembra
Marques. Para que o País não sofra um surto no futuro, completa o
especialista, seria necessário a implantação da medicina preventiva,
a exemplo do que fazem os norte-americanos.
É normal encontrar pessoas que já mediram o colesterol, têm fatores
de risco associados e não tratam porque, naquele momento os sintomas
são inexistentes. Para se ter idéia do problema, cerca de 60% dos
hipertensos e 50% dos que possuem diabete não tomam medicamentos;
estas pessoas estão vulneráveis a sofrer de DCV.
Alertas
O colesterol elevado não apresenta sintomas, daí a importância de se
conhecer seu nível. As sociedades de Cardiologia Norte-americana e
Brasileira recomendam que todas as pessoas a partir dos 20 anos
façam a medição do perfil lipídico, ao menos uma vez a cada cinco
anos. Como dificilmente isso é feito, médicos recomendam que homens,
a partir dos 30 anos, e mulheres, que entraram na menopausa, façam a
medição. Se o paciente apresentar dois fatores de risco, o exame se
torna obrigatório.
Formam o chamado grupo de risco pessoas com histórico familiar ou
pessoal de doenças cardiovasculares, colesterol alto, pressão alta,
diabete tipo 2 e obesidade. Fumantes, sedentários, e pessoas que
abusam das bebidas alcoólicas e de comidas gordurosas também estão
na lista. Um paciente com diabete e colesterol alto, tem 10 vezes
mais chances de sofrer de DCV.
O que é colesterol?
O colesterol é algo similar à gordura presente no sangue e pode ser
fabricado no fígado ou originado pelos vários alimentos consumidos.
Ele aparece em dois tipos: o bom, HDL; e o ruim, LDL. O nível
elevado do LDL pode se acumular nas artérias causando, entre outras
coisas, ataque cardíaco, derrame e enfarte. Já o colesterol HDL
auxilia na produção de células e hormônios e não se acumula nas
artérias.
Quanto mais alto for o nível do HDL, menor será o risco de a pessoa
sofrer com problemas do coração. A atividade física regular é uma
das maneiras de manter o nível do colesterol bom elevado.
Nível de colesterol total recomendado pelas sociedades de
cardiologia:
- Desejável: menor que 200 mg/DL
- Limite: entre 200 e 239 mg/DL
- Elevado: superior ou igual a 240 mg/DL
|
|
|